União das Freguesias de Galafura e Covelinhas
Galafura
Nesta freguesia encontramos um dos miradouros mais bonitos de toda a região duriense, o miradouro de S. Leonardo, onde Miguel Torga “mergulhava” no rio e se embrenhava na paisagem magnânima deste “Doiro sublimado”, a quem num dos seus “Diários” chamou de “excesso de natureza”. Sobre uma pedra está registado um excerto da obra daquele que é considerado um dos maiores escritores portugueses do século XX, na qual o Douro é uma presença constante. Deste lugar contam-se lendas e histórias, que aumentam o encanto destas paragens, um dos lugares mais belos do concelho reguense, paragem obrigatória para quem visita o Douro.
O Monte de S. Leonardo está localizado a Este do povoado de Galafura e a 566 metros de altitude. Aqui existiu um castro romano, do qual foi Governador Galafre, etimologia do actual nome da freguesia de Galafura.
A povoação foi fundada pelos mouros na vertente Oeste do Monte de S. Leonardo, no lugar ainda hoje conhecido como Fonte dos Mouros, à distância de 5 Km's da actual localização. Neste local, também conhecido por Cemitério Mouro, existem sepulturas cavadas na rocha nova, tendo aparecido utensílios identificados como sendo romanos, o último dos quais há cerca de 3 anos – uma moeda de ouro, com a efígie e nome de Agripina. Na memória de alguns residentes, reside o achado de vasilhas de barro, com cinzas, o que indica que já em época romana, os mortos eram cremados. A povoação viu-se forçada a deslocar-se para o sítio onde se encontra, devido a uma invasão de formigas.
No Monte de S. Leonardo, formado de sílex e quartzo, encontram-se vários poços romanos, alguns muito profundos, em resultado das pesquisas e extracções de minérios. Um documento estatístico, com data de publicação de 1842, segundo a reforma de 21 de Maio de 1841, diz ter existido em Galafura um filão de azougue. Tal como Covelinhas, Galafura também integrou o concelho de Canelas.
Heráldica
Brasão: escudo de prata, uma pipa de azul sustendo um galo de vermelho, sancado, cristado e barbaleado de ouro, segurando na pata direita uma verruma de negro e, em chefe, duas parras de verde, realçadas de ouro. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: "GALAFURA".
Covelinhas
Na margem direita do rio Douro, encontramos a freguesia de Covelinhas. Para lá chegar, é necessário fazer um percurso de cerca de 10 quilómetros para Este, depois da Régua, em caminhos sinuosos. Contudo, actualmente existem duas alternativas, partindo do centro de Galafura ou do centro de Canelas.
Covelinhas nasceu e cresceu com vista para o rio Douro, nele reflectindo toda a sua simplicidade. Junto à margem passa a linha de caminho de ferro, que possibilita, saindo da Régua e indo até ao Pocinho, um dos mais belos itinerários ferroviários de sempre.Covelinhas é uma zona de futura expansão turística.
Os romanos, após a conquista da Península e a expulsão dos cartagineses, cerca de 202 AC, começando a fortificar os povos para se defenderem dos inimigos, edificaram entre muitos crastos, o de Vilarinho dos Freires e o de Covelinhas. Já no princípio da monarquia, Covelinhas teve alguma importância, tendo-lhe D. Afonso Henriques dado foral, que se encontra na Torre do Tombo. Covelinhas foi repovoada por D. Sancho I, tendo pertencido ao concelho de Canelas, até à extinção do mesmo, em Dezembro de 1853.
Segundo a tradição, este pequeno povoado chamava-se antigamente Covelas e contem filões de precioso metal, dizendo os mais idosos que os de Covelas atiravam com ouro às cabras julgando atirar com pedras.
Heráldica
Brasão: escudo de ouro, carro de bois de negro, transportando pipa de vermelho,com aros de prata; nos cantões do chefe, dois ramos de laranjeira de verde, frutados de vermelho; campanha diminuta de azul e prata de três peças. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: «COVELINHAS».