Carta Aberta
10 de Abril de 2008
Carta Aberta
Sua Excelência
Senhora Ministra da Saúde
Dr.ª Ana Maria Teodoro Jorge
Excelência,
No âmbito da postura positiva e de diálogo que esta Autarquia sempre procurou ter no contexto do processo do Serviço de Urgência do Hospital D. Luiz I do Peso da Régua, enviámos no próprio dia da tomada de posse de V. Ex.ª, a 30 de Janeiro último, uma carta na qual solicitámos a concessão de uma Audiência.
É nosso entendimento, que havendo nova titular da Pasta, mais a mais uma profissional do sector com noticiadas sensibilidade e experiência, se proporcionaria um novo espaço de reflexão e de diálogo suficientemente aberto e eficaz para se poder ajuizar quer a decisão tomada pelo anterior titular, quer a pertinência dos argumentos por nós apresentados com base no Estudo Técnico elaborado em devido tempo, mas nunca considerado na resolução politica que levou ao encerramento dos Serviços em causa.
Continuamos a defender a bondade destes argumentos e a estar convencidos da sua justiça, agora não somente atidos às considerações teóricas consideradas no Estudo aludido, mas infelizmente também pelas situações reais e dramáticas que entretanto se foram verificando desde que a 27 de Dezembro de 2007 se encerraram os Serviços de Urgência do Hospital da Régua.
Não nos alongaremos agora a enumerá-las e descrevê-las por não ser essa a nossa presente finalidade, mas podemos confirmar tanto os seus contornos socialmente injustos, como o seu carácter atentatório da Saúde Pública essencial num verdadeiro Serviço Nacional de Saúde timbre de um país e de uma região desenvolvidos.
Mais a mais, aproximando-se o início de uma nova época turística em que centenas de milhares de pessoas sobrecarregam as débeis infra‑estruturas de Saúde de que vamos dispondo, numa Região que o Governo que V. Ex.ª integra tem reafirmado como pólo privilegiado de desenvolvimento baseado na actividade turística, não podemos dar-nos ao luxo de desperdiçar este potencial que a Natureza nos conferiu, por via de medidas que sob a capa da racionalização de meios e recursos, mais não foram que um mero exercício de gestão intempestiva e economicista.
Senhora Ministra, Excelência, enviámos a V. Ex.ª o nosso pedido de Audiência no dia 30 de Janeiro tendo o mesmo sido recebido no dia seguinte, mas, para espanto e incompreensão, ainda hoje, decorridos que são quase dois meses e meio, não foi por nós recebida qualquer resposta ao mesmo.
Entendemos os muitos afazeres e compromissos de quem ocupa altos cargos da nação, mas jamais estes podem impedir oportunidades de diálogo e de reflexão que levem à melhoria dos serviços a que os cidadãos têm direito sagrado.
Pela nossa parte, é esta noção que nos move, e é na defesa dela que estamos disponíveis para ajudar a encontrar as soluções, estando igualmente prontos a lutar por aquilo em que acreditamos.
Para isso fomos eleitos, e disso não abdicaremos.