A prioridade de defender o que é nosso CASA DO DOURO: PASSADO E PRESENTE
Maria José Lacerda, Vereadora do Pelouro da Cultura, deu as boas-vindas às dezenas de pessoas que aceitaram o convite para a tertúlia mensal “conversas à Quinta”, introduzindo o tema e os Oradores.
CASA DO DOURO: PASSADO E PRESENTE juntou à mesma mesa António Mesquita Montes, Ex-Presidente da Casa do Douro; António Lencastre, Presidente da Casa do Douro/Federação Renovação Douro e Agostinho Santa, Presidente da Comissão Administrativa da Casa do Douro. Da intervenção dos três Oradores resultou a conclusão de que a Casa do Douro, pela importância histórica, mas, sobretudo, pelo papel que pode desempenhar para a sustentabilidade da região, deve ser recuperada.
António Mesquita Montes fez uma retrospetiva do passado que liderou, colocando a tónica nos entraves que surgiram particularmente após a constituição da CIRDD – Comissão Interprofissional da Região Demarcada do Douro e nos interesses políticos que condicionaram a negociação da dívida da Casa do Douro.
António Lencastre considerou que a Casa do Douro, enquanto extensão da defesa dos interesses da região, despareceu. Na opinião do Presidente da Instituição, o papel que se reclama para a mesma apenas fará sentido se estiver intimamente ligado ao desenvolvimento da região, que, no que respeita à vitivinicultura, entronca em questões basilares como o fato de cerca de 80% dos vitivinicultores terem apenas até 2 hectares de vinha e 50% destes, terem menos que 1 hectare. Associado a esta especificidade do território, António Lencastre aponta o envelhecimento da população, sobretudo, dos pequenos vitivinicultores que considera exemplos do carinho e da preocupação com que o Douro deve ser olhado e que as próximas gerações poderão não perpetuar.
Estas especificidades do território vitivinícola duriense justificam, na opinião de Agostinho Santa, Presidente da Comissão Administrativa da Casa do Douro, o saneamento e a restauração do papel de representatividade da Instituição, em defesa da riqueza não só da região, mas do país. Agostinha Santa lembrou que o Douro não é só o vinho que os socalcos nos dão, mas é também uma paisagem cultural e humana, à qual os durienses têm um sentimento de pertença que deve ser valorizado e uma dignidade que não pode ser perdida. Para o Presidente da Comissão Administrativa da Casa do Douro o atual momento é de passagem, uma vez que a situação que se vive é inaceitável.
José Manuel Gonçalves, Presidente da Câmara Municipal do Peso da Régua, congratulou-se com os resultados trazidos pela discussão promovida, a qual deixou evidente a necessidade de estarmos atentos e disponíveis para, na linha da frente, encetar uma defesa intransigente pela Casa do Douro, pela região e pelos durienses. José Manuel Gonçalves sublinhou que é muito mais aquilo que nos une, do que aquilo que nos separa e que o entendimento entre os Autarcas da CIMDOURO será fundamental para manter em funcionamento ativo a mola propulsora da região, por forma a garantir a sustentabilidade do Douro.
Artur Andrade, Presidente da Assembleia Municipal do Peso da Régua, colocou enfoque na legislação produzida ao longo dos anos e que considera ter sido prejudicial para os vitivinicultores. Para Artur Andrade faz sentido que se cumpra a restituição do papel retirado à Casa do Douro, em prol dos interesses dos vitivinicultores e da lavoura duriense.
A CASA DO DOURO continuará a ser tema da tertúlia mensal promovida pela Câmara Municipal do Peso da Régua. Fica, desde já, encontro marcado para dia 19 de abril, para uma conversa que versará o futuro da Casa do Douro.
Contamos com a sua presença num debate fundamental para o Concelho do Peso da Régua e para a Região do Douro.